Adesão a portaria virtual para reduzir gastos segue em alta na pandemia, mas desemprego e valores de rescisão são levados em conta.
Por: Admin-Pedralli
28/03/2021
Reduzir gastos e evitar o contato humano são duas das principais vantagens da portaria remota para os condomínio. Entretanto, o investimento a curto prazo em tecnologia e o número de porteiros que podem perder os seus empregos durante uma recessão faz com que condôminos, funcionários e administradoras busquem a melhor solução.
Em 2019, a Associação Brasileira de Empresas de Segurança Eletrônica (Abese) divulgou uma pesquisa mostrando que o número de portarias remotas havia aumentado 150%. Além disso, já neste ano, a entidade registrou durante a pandemia uma alta de 20% de procura pela solução tecnológica.
Ademais, de acordo com Carlos Alberto Pereira, que é síndico desde 2017 de um condomínio de São Paulo, os moradores se acostumam ao novo modelo. “O período de adaptação durou aproximadamente dois meses e após essa época chegou a pandemia. No final, todos perceberam a importância da segurança no condomínio.”
Antes de tudo, a adaptação ao novo normal também ocorreu para os produtores das novas portarias. Henrique Blecher, CEO da incorporadora Bait, especializada em projetos tecnológicos voltados a prédios, explica que houve adaptação referente à covid-19.
“Os residenciais que lançamos neste ano já estão com reconhecimento facial, sistemas de controle de acesso e câmeras nas áreas comuns, segurança perimetral e olho mágico digital, por exemplo. E estamos projetando, inclusive, eclusas com acesso externo separado nos espaços de delivery, para separação dos fornecedores de entregas, diminuindo o fluxo nos edifícios e melhorando as seguranças sanitária e patrimonial”, enumera ele.
Apesar das inovações já adaptadas, o Secovi-SP (sindicato da habitação) informa que o setor deve entrar em um “período estável” após cerca de quatro anos de crescimento ininterrupto.
Os serviços de portaria foram impactados, inclusive com o aumento de número de entregas em geral. Surgiram novas necessidades de controle de áreas comuns. Assim, o trabalho humano de portaria ganhou também relevância”, pontua Moira de Toledo, diretora-executiva da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do sindicato.
A nova realidade tecnológica, impulsionada pela pandemia, é um dos grandes pontos de interrogação para os porteiros. Dessa forma, a diminuição de mão de obra por portarias virtuais põe em risco os seus cargos e preocupa em um momento de recessão econômica. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,1 milhões de brasileiros estão desempregados (14,3% da força de trabalho).
Presidente da Abese, Selma Migliori usa uma pesquisa feita ainda em 2019 pela instituição para mostrar que novas oportunidades estão surgindo. “34,5% das empresas que atuam com portaria remota realizam a requalificação dos porteiros para as áreas de atendimento, assistentes de manutenção, operadores remotos, seguranças ou para operar conjuntamente ao sistema remoto. Desta maneira, a mão de obra é requalificada e absorvida.”
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